Evento ocorreu logo após os tradicionais retiros espirituais das igrejas, no dia 5 de março.

Imagem: Jessé Matos/Agência Grito/Divulgação.
(Macapá – AP) – A noite do dia 5 de março de 2025, uma segunda-feira, marcou o movimento gospel amapaense e o setor turístico local. Naquela noite, milhares de pessoas foram atraídas ao estacionamento do Aeroporto Internacional Alberto Alcolumbre, em Macapá, para o 1° Encontro de Adoradores – Retirão Gospel, promovido pelo Instituto Brasil Futuro (IBRAF), com parceria e apoio institucional, logístico e financeiro do Governo do Amapá através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e Secretaria de Estado do Turismo (Setur), bem como da Ordem dos Ministros Evangélicos do Amapá (Omeap), igrejas evangélicas como Assembleia de Deus, Igreja Batista, Igreja Quadrangular, Universal e outras denominações.
Com um custo total de R$ 800 mil, oriundos do Governo do Amapá, o Retirão Gospel contou também com apoio da iniciativa privada e setores da imprensa local que deram ampla cobertura ao evento. Além das apresentações de bandas e grupos locais de coreografia gospels, o Feirão teve show de artistas cristãos nacionais e promoveu o empreendedorismo através da culinária local, exposição de bens de consumo e fomento ao turismo.
Segundo o diretor presidente do IBRAF, João Cleiton Dias de Melo, o planejamento do evento iniciou em fevereiro com os primeiros contatos entre os organizadores e setores público e privado.
O Projeto Retirão – 1° Encontro de Adoradores foi realizado em março devido ao período em que a maioria dos jovens evangélicos retorna dos tradicionais retiros espirituais, que oferecem momentos de pausa na rotina, proporcionando bem-estar e conexão espiritual em ambientes planejados para essa finalidade. Geralmente, esses retiros espirituais acontecem em locais mais reclusos e próximos à natureza, permitindo um distanciamento da rotina acelerada da cidade.
“Com a chegada desses jovens de diversas denominações evangélicas, após o Carnaval, o projeto serviu para promover o fortalecimento da cultura gospel e impulsionar o cenário artístico e econômico desse segmento”, avalia o presidente do IBRAF, João Cleiton Dias.
Além das apresentações de artistas cristãos locais e nacionais, reservou-se um espaço dedicado ao empreendedorismo da cultura cristã, com stands de exposição e uma área gastronômica onde as igrejas ofereceram pratos típicos da culinária amapaense, incentivando o fortalecimento econômico do segmento.
OBJETIVO DO FEIRÃO
A proposta do Instituto IBRAF foi a difusão da política cultural do segmento gospel, com vistas à promoção do exercício da cidadania por meio de suas manifestações culturais, expandindo as políticas públicas mais adequadas e fomentando os artistas desse segmento.
“A parceria para a realização do Feirão foi um importante instrumento de inclusão social, pois a inserção em programações e ações culturais de natureza gospel e no debate público, possibilitam o resgate do sentimento de autoestima e dignidade, valores intrínsecos à pessoa humana. Além disso, trouxe a oportunidade de discutir temas relevantes para a formulação de políticas públicas voltadas a esse público específico”, frisou Cleiton Dias.
O presidente do IBRAF ressaltou também que o projeto não se destinou apenas ao segmento gospel, mas a todos os interessados na temática da política cultural, uma vez que a programação foi aberta ao público em geral, abrangendo diversas faixas etárias.
O PÚBLICO-ALVO DO PROJETO
O Feirão Gospel contemplou comunidades evangélicas cristãs de diversas denominações; músicos gospels (cantores, bandas, grupos de louvor e outros profissionais da música gospel); empreendedores (comerciantes e produtores que atuam na venda de artigos religiosos, moda evangélica, literatura cristã e gastronomia); turistas e visitantes interessados no turismo religioso e cultural, atraídos pela programação.
O projeto focou ainda a juventude evangélica, especialmente os jovens que retornavam dos retiros espirituais no período pós-carnaval e buscavam novas formas de interação e expressão da sua fé.
Gestores públicos e formuladores de políticas culturais – interessados em ampliar o reconhecimento e fomento à cultura gospel – também foram impactados e participaram do Feirão, além do público em geral (pessoas que se interessam pela cultura gospel, independente de crença ou religião, tendo em vista que o evento foi aberto a todos).
O MOVIMENTO GOSPEL NO AMAPÁ
O segmento da cultura gospel cristã, reconhecido como uma expressão cultural própria e oficializado no Amapá pela Lei Estadual nº 2.903/2023, é marcado por uma cosmovisão teísta, costumes específicos, características no vestuário e comportamento, além de outras particularidades que refletem sua singularidade.
Apesar de sua relevância, ainda carece de maior espaço dentro das políticas públicas no estado. O Feirão Gospel buscou descentralizar e expandir esse espaço, promovendo políticas públicas adaptadas, e estruturando equipamentos culturais que atendessem às necessidades do segmento.
De acordo com o IBGE, no Brasil os evangélicos cresceram 61% na última década, representando 32% da população nacional, com mais de 68 milhões de pessoas.
No Amapá, essa proporção é ainda mais significativa: os evangélicos correspondem a 40% da população, cerca de 300 mil pessoas, das quais 150 mil são mulheres. O movimento gospel, que inicialmente surgiu como uma expressão musical, evoluiu para um estilo de vida e uma “cultura gospel” que transcendem as barreiras religiosas, influenciando até mesmo indivíduos sem vínculo formal com igrejas.
“Devido a essa importância, o projeto buscou fomentar manifestações multiculturais do segmento, atendendo à demanda reprimida por reconhecimento formal, e promovendo a visibilidade de artistas e iniciativas frequentemente ignoradas pela ausência de políticas culturais direcionadas. Assim, o IBRAF se posiciona como um agente catalisador no desenvolvimento e valorização dessa importante parcela da sociedade”, pontuou o presidente João Cleiton Melo.
Fonte: Comunicação/IBRAF.